segunda-feira, 8 de março de 2010

"Quilts anos 30"

Sabe aqueles tecidinhos floridinhos, bem lindos e miudinhos que tanto gostamos?? Então, eles representam bem os quilts dos anos 30. Mas, o que são esses quilts??
Pesquisando meus livros e jornaizinhos achei coisas maravilhosas sobre eles. Uma verdadeira aula de história. Agora então compartilho com vocês sobre esses quilts.

Texto de : Darlene Zimermann e adaptado por Maria Helena Peters de Alemida e Marly Domingues. Extraído do Jornalzinho - O Ponto - jornal da ABPQ, nº 14- Ano 3 - Setembro 2008

Para entender o que torna os quilts dos anos 30 tão atraentes, temos que retroceder no tempo. Os quilts desde o início até a metade do séc. XIX pareciam muito diferentes. As cores eram geralmente escuras e tristes, e sua variedade limitada; pois as pessoas usavam roupas escuras e seus quilts eram usualmente feitos com os retalhos de seus tecidos.
Por outro lado, nessa mesma época, as técnicas de tingimento utilizavam recursos naturais de origem vegetal, o que tornava os tecidos propensos à descoloração e ao esmaecimento . No final do século XX, os quilts incorporam os tecidos de camisa ( pequenas padronagens em preto e azul,escuro sobre o branco).
Por determinado período naquela passagem do século, os quilts tradicionais saíram de moda."Crazy Quilts" passaram a estar na moda divulgada pelas revistas femininas que desprezavam os quilts tradicionais, e eram uma declaração de riqueza, mostrando a disposição de tempo e dinheiro para gastar na confecção de quilts sem utilidade.
"Red Work" ( trabalho com ênfase na cor vermelha ) e "Blue Work" ( ênfase na cor azul ) foram também muito populares na virada do século.
Até o início da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha liderava a produção de tintas para tingimento de tecidos.Durante o período de guerra com a Alemanha, novos processos de tingimento foram desenvolvidos mediante a utilização de derivados de petróleo. Assim, novas cores foram disponibilizadas: amarelo manteiga, lavanda, verde, rosa, azul celeste, tangerina, pêssego e vermelho. Essas cores pastéis eram baratas e amplamente difundidas.
Os jornais, as revistas femininas e as lojas de departamento promoviam os quilts e dsiponibilizavam modelos. Apareceram então novos modelos que se tornaram sinônimos daquele período: Double Wedding Ring (anéis de casamento), Dresden Plate (o prato de Dresden),Grandmother's Flower Garden ( jardim de flores da vovó) e Sun Bonnet Sue.
Em algum momento, no final da década de 20, os fabricantes de saco de aniagem, que originariamente se destinavam ao armazenamento de farinha, açúcar ou ração de galinha (feed sacks) começaram a imprimir desenhos neles. Naturalmente, esses tecidos encontraram seu caminho na feitura de quilts.
Os quilts em tons pastéis foram agrupados sob a denominação de "Quilts anos 30" denotando o período de tempo transcorrido entre 1920 e 1950. Eles compartilhavam muitas coisas em comum: uma ampla variedade de padronagens e tecidos lisos, muitas vezes originados de sobras de costureiras, uma relação de cores pastéis e interessantes variações de finalização.
Aqueles sacos de aniagem coloridos, representavam um importante papel tanto para a sociedade em geral como para as quilteiras em particular.
No final da década de 80 a Indústria Têxtil Americana resgatou os desenhos que eram impressos nos feedsacks, relançando-os em metro.
E desde então, esses tecidos têm lugar cativo no mundo do quilt onde são conhecidos como "paninhos dos anos 30" até hoje.

Um comentário:

Janaina de Alencar disse...

Adorei esse post Sonia.
Parabéns pelo blog. Vou procurar esse livro.
Beijos
Janaina